Conheça os selecionados para a Homenagem Professor Nilton Bueno Fischer de Educação em Direitos Humanos

A ANPEd divulga a relação dos/as selecionados/as para a Homenagem Professor Nilton Bueno Fischer de Educação em Direitos Humanos. O processo, encerrado no dia 05 de agosto, ocorreu através de edital público e seleção aberta para indicação por associados/as. Serão homenageadas as seguintes pessoas: Carmem Maria Craidy, Sergio Haddad, Macaé Maria Evaristo do Santos, Gilberto Amâncio de Almeida e Eronildes de Souza Fermin. Os selecionados terão despesas de voo e hospedagem garantidas pela ANPEd, com atividade especial durante a 38a Reunião Nacional, no dia 03 de outubro, na UFMA, em são Luís. A iniciativa visa reconhecer a trajetória e atuação de professores/as de escolas públicas e educadores/as populares com relevante papel na Educação e Direitos Humanos.

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Conheça mais sobre os/as cinco selecionados/as (a partir de textos das candidaturas):

Carmen Maria Craidy

Com experiências na área de Educação e Direitos Humanos, a professora Carmen Maria Craidy estudou Pedagogia na UNIJUI na década de 60 e no período do exílio – vivido na França - realizou seu mestrado em Sciences de L`éducation, pela Université Paris Descartes (1972). Em Moçambique apoiou a construção do sistema educacional após a revolução anti-colonial. Após a anistia retornou ao Brasil onde concluiu seu doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Entre 1990 e 2012 atuou como Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na Faculdade de Educação e desde 2015 é Conselheira do Conselho Estadual de Educação do Estado do Rio Grande do Sul. Sua experiência em educação tem uma riqueza imensa e conecta-se com os grandes momentos da educação brasileira. Ao retornar para o Brasil, após o exilio, a ênfase das suas pesquisas tem sido a defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes, e em sua ação social e pedagógica vem atuando principalmente no tema da escola, violência e adolescentes em conflito com a Lei. Iniciou sua militância aos 14 anos de idade, ainda estudante do antigo ginásio, num colégio de freiras em Herói/RS. O primeiro engajamento foi na juventude estudantil Católica (JEC), a porta de entrada para a militância política, inicialmente no movimento estudantil secundarista e depois no universitário. Em 1964 foi presidente do Diretório Acadêmico da faculdade e participava intensamente do movimento universitário no estado e no país. A militância influenciou na escolha pelo trabalho em educação. O tempo na faculdade, no início dos anos 60, representou um tempo de grandes mobilizações sociais e de luta pelas reformas de base. Além do trabalho nos bairros pobres com os movimentos de cultura popular e de alfabetização de Paulo Freire, a professora Carmem Maria Craidy participava de debates em organizações sindicais e fazia teatro político no meio rural. A opção pela educação como campo de atuação profissional diz respeito a uma opção por investir na possibilidade de transformação social do país a partir da formação de pessoas, em especial, das novas gerações. Voltando do exílio foi trabalhar como assessora em educação na antiga Fundação do Bem Estar do Menor (FEBEM). A experiência, que durou quatro anos, foi desafiadora no sentido da construção de uma perspectiva pedagógica de intervenção para adolescentes em cumprimento de medida de privação de liberdade. Depois de desligar-se da FEBEM foi para Brasília, a convite do Ministério da Previdência e Assistência Social, para organizar um programa de pesquisas sobre crianças e adolescentes em vulnerabilidade social que seria desenvolvido no governo de transição, mas que devido às instabilidades políticas da época da transição para a Democracia, não chegou a ser implantado, ainda que tenha sido elaborado. Depois passou pelo Ministério da Educação onde trabalhou na elaboração da LDB. Durante a Assembleia Constituinte desenvolveu a função de assessoria à mesma para a elaboração do capítulo sobre criança e adolescente. Em 1990 iniciou na UFRGS como professora da Faculdade de Educação e em 1997 foi convidada a assumir o trabalho com adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de Prestação de Serviços à Comunidade, inicialmente realizado pela Gestão de Pessoas da Reitoria. Criado nesse mesmo ano, o Programa de Prestação de Serviços à Comunidade da UFRGS (PPSC) - programa de extensão da Faculdade de Educação – marca a trajetória da professora Carmem Craidy no campo socioeducativo e na luta pelos direitos dos adolescentes em conflito com a lei. Em 2011 a experiência do PPSC inspirou a criação do Núcleo de Extensão Programa Interdepartamental de Práticas com Adolescentes e Jovens em Conflito com a Lei (PIPA) que articula as ações do programa às ações do Programa Estação Psi, do Instituto de Psicologia e do G10/SAJU, da Faculdade de Direito, construindo uma metodologia de defesa interdisciplinar ofertada aos adolescentes. A trajetória de vida da professora Carmem Maria Craidy é marcada pela luta por democracia, direitos humanos, justiça social, sendo indelével sua influência na luta contra a alteração da menoridade penal.

Eronildes de Souza Fermin

Eronildes é uma cacique Kambeba, formada no curso de Pedagogia Intercultural Indígena ofertado pela Universidade do Estado do Amazonas. Nascida no município de São Paulo de Olivença em uma área que não é reconhecida oficialmente como terra indígena, Eronildes tem lutado pelo reconhecimento de uma terra indígena do povo Kambeba, que fica em uma área da cidade em que existe um sítio arqueológico do seu povo. Esse sítio vem sofrendo diversas tentativas de destruição por parte de políticos, empresários e da população em geral. Eronildes tem lutado para garantir a preservação da história, da cultura, da terra e do povo Kambeba. Foi coordenadora das escolas e dos professores kambebas, junto à Secretaria Municipal de Educação de São Paulo de Olivença no período de 2011 a 2015. Quando chegou à coordenação indígena, não havia nenhuma escola reconhecida como escola Kambeba no município e, hoje, são seis escolas cadastradas e reconhecidas como kambebas. Eronildes narra um pouco do seu cotidiano como docente, antes de se tornar coordenadora das escolas indígenas: “Todo dia eu ia de canoa... A escola ficava à uma hora da sede. Eu ia e voltava todos os dias. Nesse tempo, eles não davam suporte na catraia [lancha que faz transporte de passageiros], nem tão pouco na gasolina. Então eu comprava fiado com meu próprio recurso pra pagar no fim do mês. Eu gastava quase todo o meu salário. Minha mãe dizia: ‘Eu não vejo que vantagem tu vê nisso. Todo dia ir trabalhar e gastar e no fim do mês tirar só aquilo que não dá pra nada’ Aí eu falava pra ela: ‘Eu tô vendo a qualidade e aonde eu posso ajudar nas nossas próprias escolas’.” Apesar do orgulho com que conta essa sua trajetória, e do quanto sua resiliência foi importante para as suas conquistas, nós não podemos deixar de destacar o processo desigual na qual vivem os praticantes pensantes desses cotidianos escolares. Eronildes é um exemplo de uma professora indígena que aposta na escola como espaço de revitalização da cultura indígena. Desde 2016 deixou de ser coordenadora das escolas indígenas, não por vontade de seu povo, mas porque a atual prefeitura do município se recusa a deixar que ela ocupe esse cargo. Eronildes vem travando uma batalha judicial com a prefeitura para que o povo Kambeba tenha escolas e professores indígenas de qualidade. Além do trabalho desenvolvido na coordenadoria, é uma referência para os demais indígenas kambebas da região. 

Gilberto Amâncio de Almeida

Gil Amâncio é artista e educador com 35 anos de carreira desenvolvidos em múltiplas experiências no cenário de Belo Horizonte, em diferentes áreas de atuação profissional (música, teatro, dança, educação, pesquisador, gestor público). Numa atuação que investiga o que denominou cultura do africano e cultura da criança, acessa saberes encontrados no Congado, na Capoeira, no Candomblé, no Jazz, no Samba e, também, na roda e em brincadeiras infantis cultivadas principalmente entre negros. Apropriando-se das novas tecnologias da informação e comunicação, Gil Amâncio é referência como produtor cultural, em música eletrônica (Hip Hop), na arte educação e na proposição de políticas culturais. Em 1993 passou a atuar como assessor da Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte onde promoveu a implantação de dois projetos especiais, que se consolidaram no ano de 1995: o CRCCA - Centro de Referência Cultural da Criança e do Adolescente e a realização do FAN – Festival Internacional de Arte Negra de Belo Horizonte. Em 1997 fundou, juntamente com Rui Moreira (dançarino, ex-bailarino do Grupo Corpo) e Guda (percussionista), a Cia SeráQuê? que surgiu do desejo de três artistas negros em fazer um trabalho de arte negra contemporânea. A Cia SeráQuê trouxe para a cena belorizontina e nacional referências de arte negra que se contrapunham à redução ao folclore e ao exótico, colaborando para a valorização da identidade étnico-racial num contexto atravessado e ao lado dos debates do movimento negro unificado (MNU) em BH. Na Cia SeráQuê? o artista educador Gil Amâncio descobriu-se performadô - termo proposto pelo poeta Ricardo Aleixo para se referir ao performer na cultura afro-brasileira. Em 1999 participou, a convite da Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte, do projeto Arena da Cultura. Nesse um projeto de formação de artistas nas periferias da cidade trabalhou com uma demanda dos grupos na Zona leste que queriam aulas de percussão e expressão corporal. Esta experiência, que se concentrou nos diálogos em torno da cultura Hip Hop possibilitou a organização de um trabalho de mistura de linguagens resultando no Manifesto 1º Passo. Em 2000 teve início o Manifesto 1º Passo, um dos projetos mais importantes da carreira de Gil Amâncio e que lhe permitiu promover, a partir do exercício da arte, uma transformação quantitativa e qualitativa na formação artística, no desenvolvimento econômico e na ampliação das possibilidades de acesso e circulação da produção artística de grupos artísticos e culturais do Alto Vera Cruz, bairro da periferia de Belo Horizonte. O projeto reuniu o grupo de rap NUC – Negros da Unidade Consciente, o grupo Meninas de Sinhá (um grupo formado por senhoras entre 40 e 80 anos de idade que cantam cantigas de roda) e o grupo Capoeirarte Brasil em torno da proposta de gravação de um CD. A ação foi perpassada pelos debates sobre o território, identidade negra e direitos humanos. Nesse processo uma das demandas identificadas era garantir um espaço físico permanente que possibilitasse a realização dos ensaios e atividades de formação e a criação de novas montagens. Essa proposta se concretizou com a criação do Centro Cultural NUC no Alto Vera Cruz, um espaço de formação artística voltado para o universo do Hip Hop, que foi viabilizado a partir da aprovação de um projeto cultural. A convite do NUC, Gil Amâncio assumiu a coordenação artística do Centro e realizou diversos projetos e atividades como: a realização de oficinas de música, dança e teatro para a comunidade através de uma parceria com a prefeitura de Saint Cugat na Espanha e também a participação do grupo NUC no Festival Hip Hop Havana em Cuba. Desde 2007 Gil Amâncio tem se dedicado a consolidar o NEGA – Núcleo Experimental de Arte Negra e Tecnologia, que tem como objetivo pesquisar a produção artística africana e afro-brasileira e suas relações com a produção de tecnologias artísticas, sociais e econômicas. Atualmente, Gil Amâncio é assessor da Secretária de Estado da Educação de Minas Gerais e artista visitante na Faculdade de Educação da UFMG, onde desenvolve o projeto de pesquisa Descolonização dos Currículos, sob orientação da Profa. Shirley Aparecida de Miranda.

Macaé Maria Evaristo dos Santos

Formada em Serviço Social pela PUC Minas em 1990, tornando-se e em 2006 Mestre em Educação pela UFMG, começou a lecionar como professora da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte em 1984, sempre atuando em projetos voltados para a justiça social e a democracia. Como diretora da escola municipal Prof. Edson Pisani, nos anos 1990, propôs um currículo que dialogasse com a comunidade do aglomerado da Serra, uma das maiores favelas de Belo Horizonte e desenvolveu, na escola, uma experiência educativa dentro do Programa "Escola Plural", fazendo com que a escola se transformasse em espaço cultural da comunidade, com ampla participação das famílias, das crianças e jovens estudantes da escola. Paralelo a seu trabalho na Rede Municipal, Macaé participou do Programa de Implantação das Escolas Indígenas de Minas Gerais (PIEI), atuando como formadora do curso de Magistério Indígena e também como coordenadora geral do Programa, no período em que as escolas indígenas interculturais e diferenciadas tornaram-se uma realidade em Minas Gerais. Entre 2007 e 2009 foi Secretária Adjunta de Educação da Secretaria Municipal de Belo Horizonte, assumindo o cargo de Secretária a partir de 2009. Nesse período, coordenou a implantação do Programa Escola Integrada, referência no Brasil por trazer a pauta do direito à educação para a agenda nacional. A Escola Integrada propôs um diálogo com a cidade, entendida como território educativo, e com os saberes populares, que entraram na escola através da contratação dos agentes culturais, educadores populares da comunidade da qual a escola estava inserida. Em 2013, foi convidada para trabalhar no Ministério de Educação assumindo a função de Secretária de Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Como secretária, entre outras ações, Macaé instituiu o Programa de Bolsa Permanência, concedida a estudantes que atendiam os critérios da política de cotas e a estudantes indígenas e quilombolas matriculados em universidades federais, garantindo, assim, a permanência desses estudantes que, sem esta bolsa, não poderiam cursar uma universidade. Atualmente, Macaé está no cargo de Secretária de Estado de Educação de Minas Gerais, sendo a primeira mulher negra a assumir este posto. Como secretária, tem coordenado vários Programas voltados para o tema dos direitos humanos, como a campanha Afroconsciência - que tem a proposta de fomentar, por meio de diferentes iniciativas, ações nas escolas para a superação do preconceito racial, na busca pelo reconhecimento e valorização da história e da cultura dos africanos na sociedade brasileira. Seja como professora da Educação Básica, gestora ou ativista do Movimento Negro, Macaé Maria Evaristo tem sido um exemplo de resistência e de luta por um Brasil mais justo, mais humano, mais diverso e menos desigual. 

Sérgio Haddad

 

Sérgio Haddad procurou integrar em sua trajetória de vida a condição de pesquisador e educador com a de ativista social. Iniciou sua trajetória no campo dos direitos humanos e da educação popular, ainda como estudante secundarista, na década de 1960, alfabetizando adultos na Favela do Jaguaré em São Paulo utilizando a metodologia proposta por Paulo Freire. A partir de 1973 implantou, em São Paulo, um curso de escolarização básica noturno para jovens e adultos (antigo Ensino Supletivo) e lá trabalhou como professor e coordenador por dezessete anos. A experiência virou referência para outros cursos, por sua qualidade e inventividade, e acabou por marcar a sua vida no plano profissional e como pesquisador. O curso existe até hoje. Ainda no período da ditadura militar no Brasil (1964-1984), paralelo com o trabalho que realizava no curso para adultos, tornou-se colaborador do Centro Ecumênico de Documentação e Informação (CEDI), onde realizou trabalhos de alfabetização e educação popular em várias partes do Brasil, por demanda das pastorais das Igrejas Católica e Protestantes dos movimentos populares. Em 1994, com o encerramento do CEDI, junto com um conjunto de ativistas fundou a Organização Não Governamental (ONG) Ação Educativa para atuar no campo dos direitos educativos, culturais e de juventude. Foi seu coordenador executivo por 15 anos, ajudando a organização a tornar-se uma referência entre as ONGs de direitos humanos. Em 1998 foi eleito Presidente da Associação Brasileira das ONGs (ABONG) e ficou nesta posição até 2003, por dois mandatos, seguido por mais três anos como Diretor de Relações Internacionais. Na presidência da ABONG, em conjunto com mais sete lideranças de organizações sociais e movimentos populares, idealizou e organizou o primeiro Fórum Social Mundial – FSM, em 2001, que se tornou um dos movimentos mais importantes no campo da luta da sociedade civil global por um novo modelo de desenvolvimento, contra o neoliberalismo e na defesa dos direitos humanos. O Fórum vem sendo realizado até hoje em várias partes do mundo, o último foi realizado em Quebec no Canadá, em agosto de 2016. Em 2002, foi eleito o primeiro Relator Nacional pelo Direito Humano à Educação da Plataforma Brasileira de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais - DHESCA, para o período de 2002-2004. Inspirado na experiência dos Relatores da ONU atuou monitorando a situação dos direitos humanos da educação no país, por meio de missões que investigaram denúncias de violação, publicando relatórios com recomendações para os poderes públicos. Em 2005, em conjunto com um grupo de defensores de direitos humanos, ajudou a instituir a Fundação Fundo Brasil de Diretos Humanos e foi seu Diretor Presidente por três mandatos consecutivos, até 2011. No campo acadêmico possui graduação em Economia, pela Universidade de São Paulo (1971); Pedagogia, pela Faculdade de Educação e Ciências Pinheirense (1971); mestrado (1982) e doutorado (1991) em História e Sociologia da Educação, pela Universidade de São Paulo. Como associado da ANPEd, foi um dos criadores e coordenador do GT de Educação Popular e do GT de Educação de Pessoas Jovens e Adultas; ainda foi membro da diretoria no biênio 1992-1993 e da editoria responsável pela Revista Brasileira de Educação, do número 0 de 1995 ao número 14 de 2000. Participou da composição do primeiro Conselho Técnico Científico de Educação Básica da CAPES e da Comissão Nacional de Educação de Jovens e Adultos do Ministério da Educação (CNAEJA/MEC). Foi membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) da Presidência da República representando a sociedade civil nos governos de Luís Inácio da Silva, o Lula, e de Dilma Rousseff. Participou de conselhos diretivos de diversas organizações da sociedade civil nacional e internacional, dentre eles o Conselho Internacional de Educação de Adultos (ICAE), Conselho de Educação Popular da América Latina e Caribe (CEAAL), Rede Social de Direitos Humanos e Greenpeace. Atualmente é assessor e pesquisador da Ação Educativa, coordenando as unidades de formação e relações internacionais. Nesta posição, vem trabalhando na organização das Semanas de Formação em Educação Popular e Direitos Humanos, desde 2016, e na implantação de um centro permanente de formação nestas temáticas. É professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul.