Confira entrevista com Andrea Gouveia (UFPR), presidente da ANPEd, sobre a 38a Reunião Nacional da Associação.
Qual sua expectativa para a 38a Reunião Nacional da ANPEd?
A Reunião Nacional é um momento ímpar para a organização da nossa Associação tanto do ponto de vista do debate científico - pois os trabalhos no âmbito dos GTs da ANPEd dão visibilidade às pesquisas produzidas na área e fomentam novos desafios -, assim como as sessões especiais permitem o diálogo de experientes pesquisadores sobre temas que estão nas fronteiras dos nossos desafios de pesquisa. Além disso, a Reunião Nacional também é o lugar em que nos organizamos para fortalecer nossas posições coletivas de defesa da educação pública, da pesquisa e dos pesquisadores. Em tempos em que a resistências ao desmonte das políticas públicas de matriz cidadã estão em curso, a reunião de pesquisadores da educação é uma grande oportunidade para ativarmos a esperança da articulação coletiva.
De que forma você percebe a urgência de ter uma programação que dialoga com a temática geral da 38a Reunião Nacional - "Democracia em risco: a pesquisa e a pós-graduação em contexto de resistência"?
Temos um cenário muito difícil de cortes nos orçamentos das universidades, descontinuidade, atrasos e diminuição dos recursos para pesquisa, em especial no CNPq. Cenário que confirma nossos diagnósticos sobre os problemas de aprovação da Emenda 95, que criou um falso teto para as despesas sociais no âmbito do orçamento da União. Além de precisarmos avançar no debate sobre estes efeitos, é preciso também que nossa resistência se volte à defesa da liberdade de pensamento, da pluralidade de idéias, da tolerância, numa sociedade em que o conservadorismo e a intolerância têm atacado a arte, a educação e a ciência. Quando a democracia está em risco, a educação e a pesquisa estão em risco. A ANPEd já afirmou isso em uma nota pública, e o espaço da Reunião Nacional será muito importante para reafirmarmos nossas posições e avançarmos em estratégias. Para isto teremos uma Assembleia dos associados que além de organizar nossa Associação em seus temas internos, com o debate sobre a regulamentação dos GTs, terá possibilidade de marcar nossas perspectivas de resistência.