Entrevista com Denise Taliaferro Baszille (Miami University / EUA) | Sessão Especial "Reinvenção do espaço público e movimentos midiáticos" | 38a Reunião Nacional da ANPEd

Denise Taliaferro Baszille é pesquisadora da Miami University (EUA) e estará presente na Sessão Especial "Reinvenção do espaço público e movimentos midiáticos", que acontece no dia 05 de outubro, durante a 38a Reunião Nacional da ANPEd. Confira entrevista com a docente americana.

Qual sua expectativa para a 38a Reunião Nacional da ANPEd?

Eu estou animada por ter a oportunidade de participar da ANPEd, mesmo não tendo certeza do que esperar, já que esta será minha primeira participação. Eu venho fazendo algumas pesquisas sobre o encontro e me parece ser similar a nossa AERA - American Education Research Association. Dessa forma, estou ansiosa por ter conversas estimulantes, especialmente em termos de pensar sobre a democracia a partir de uma perspectiva global.

Que tipo de reflexão pretende levar para a sessão especial "Práticas culturais, leitura e literatura no contexto da democracia"?

A sessão especial para a qual estou prevista será sobre democracia, movimentos sociais e comunicação social. Penso que meus comentários terão como título: em busca do porvir revolucionário: educação, a construção de movimentos e a comunicação social. Estamos num momento em que devemos começar a pensar mais estrategicamente sobre como trilhar a estrada de protestos pacíficos em direção a práticas transformadoras, onde possamos reengajar o pensamento dialético, a imaginação radical, a autodeterminação, a construção comunitária e a amabilidade. Irei elaborar minha fala a partir destas ideias no contexto de pensar como a nova comunicação permite e impede este processo.

De que forma você percebe a urgência de se debater essa questão frente à temática geral da 38a Reunião Nacional - "Democracia em risco: a pesquisa e a pós-graduação em contexto de resistência"?

Acho que estamos vivenciando o que Patrick Reinsburough chamou de "apocalipse em câmera lenta", uma série de crises interconectadas em cascata - de racismo e sexismo à destruição do meio ambiente e guerras sem fim. Enquanto eu penso que é de vital importância nos atentarmos para a questão da democracia, acredito que enquanto educadores nós não podemos simplesmente continuar perguntando "com o que se parece uma boa sociedade ou educação democrática?". Eu penso que devemos começar a perguntar de modo diferente, mais amplo: "como é a educação quando centramos em coisas como justiça, amor, imaginação e bem-estar? E neste questionamento, nós reimaginamos as possibilidades - que pode ser uma democracia mais humana ou algo que ainda não veio à tona.

*entrevista concedida originalmente em inglês e traduzida para o português.